Hoje em dia há uma enormíssima presença de fotografias à nossa volta, desde a publicidade nas ruas, nos carros, nos autocarros, nos panfletos, nos cartazes, nos anúncios das caixas correio, nos jornais, nas revistas, nos livros, na internet, nos calendários, nos passpartouts, nas camisolas,em albuns, em quadros,...etc., nos mais diversos objectos e situações, notando-se qua a imagem hoje em dia faz parte integrante do quotidiano e inconscientemente muita gente vai conseguindo ler o mais evidente de uma mensagem transmitida por uma imagem.
Porém as fotografias não são todas da mesma área e sendo da mesma área raramente são do mesmo estilo, além de que podem ter objectivos diferentes. Na classificação mais simples possível, há dois tipos básicos de fotografia: a fotografia banal e a fotografia perfeita. A fotografia banal é sem dúvida a mais abundante, aquela que é captada muitas vezes só com o intuíto de tirar uma fotografia, usando a máquina que tiver consigo no modo automático ou não interessa qual e os padrões vindos de fábrica que façam o resto. A fotografia perfeita é já uma fotografia pensada antecipadamente, tirada com objectivos bem definidos, por alguém com dedicação e vocação, geralmente um verdadeiro fotógrafo que dispensa o modo automático e vai procurar outros modos e pormenores técnicos que mais estejam de acordo com a fotografia perfeita que queira obter.
O resultado é que a fotografia banal dá uma informação duvidosa e muito confusa, como se fosse um texto desordenado e escrito em várias línguas em conjunto, pelo que o observador não percebe e lhe dá pouca e curta importância, rejeitando-a facilmente apesar de ser como a avózinha que diz que está muito bonita - e nem sequer a "vê". Outras vezes a informação é como um puzzle em que as peças estão tão desordenadas que não se prevê o desenho que quer dar, acabando por não haver nada a tirar dessa fotografia.
Já a fotografia perfeita dá uma informação cujo texto é tão bem elaborado quanto o texto de um bom escritor, além de que todos os pormenores falam a mesma língua, encaixando perfeitamente e neste caso as peças do puzzele estão tão bem ordenadas que se percebe qual é o desenho, tendo por isso um destino diferente a começar por uma observação mais atenta e uma vontade de reobservar e tentar ainda tirar de lá mais informação. Mas a partir de um determinado grau de observação entra-se no chamado campo cego, que já é a "vida por detrás da foto", o historial dos motivos, o como será a vida da personagem fotografada ou se esta paisagem é ou não uma área protegida . Se o fotógrafo e/ou o observador conhecer esse campo cego isso dá um efeito mais pesado e firme à fotografia, tornando-a digna de ser exposta. Numa fotografia banal até pode ser conhecido o campo cego e muitas vezes é isso que lhe vale, mas mesmo assim a informação torna-se tão difusa, que se procura memorizar esse campo cego e rejeita a fotografia. Manter a fotografia perfeita é indiscutível mas rejeitar uma fotografia banal cabe ao observador decidir.
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